Você sabia que Belo Horizonte é a terceira cidade mais arborizada do Brasil e a cidade mais verde do sudeste?
Conforme o Inventário das Árvores de Belo Horizonte, realizado pela prefeitura, a capital mineira tem mais de 300 mil árvores catalogadas em seu território. O número é tão expressivo que confere a BH o título de “Cidade Jardim”.
Mas, qual a importância das árvores na paisagem urbana e na qualidade de vida das pessoas? É o que você vai saber com a leitura desse artigo. Continue a leitura e descubra.
Benefícios das árvores em áreas urbanas
As árvores retiram água do solo e transpiram pelas folhas, contribuindo para melhorar a umidade e a qualidade do ar. Elas também retiram a poeira e o excesso de carbono da atmosfera.
Cidades arborizadas conseguem manter a temperatura mais agradável e diminuem a sensação de sufocamento provocada pelo concreto. Por isso, a redução de áreas verdes interfere diretamente no clima.
A presença de árvores nas cidades também contribui para as espécies animais, pois abrigam os pássaros, responsáveis por espalhar sementes e controlar a população de insetos.
Além de embelezar ruas, parques e avenidas, as árvores transmitem a sensação de bem-estar físico e psicológico. Sem contar no privilégio do contato com a natureza e de eventuais flores, frutos e sombra que elas proporcionam.
Espécies mais frequentes em Belo Horizonte
O Inventário das Árvores de Belo Horizonte começou a ser realizado em 2011, em parceria com a Universidade Federal de Lavras. Até 2018, o estudo cadastrou mais de 300 mil árvores na capital mineira.
No entanto, a expectativa é que somadas às árvores presentes em parques e logradouros, o número chegue a mais de um milhão.
Conforme a Secretaria de Município de Meio Ambiente, as espécies catalogadas até a atual etapa do censo estão em logradouros públicos.
Ainda não foram contabilizadas as árvores dos parques, das áreas verdes e dos quintais particulares.
Árvores frutíferas
As espécies de árvores frutíferas mais frequentes na cidade são:
- goiabeiras;
- mangueiras;
- pitangueiras;
- jaboticabeiras;
- oitizeiros;
- amoreiras;
- limoeiros;
- romanzeiras;
- coqueiros e
- aceroleiras.
Árvores floríferas
O levantamento da prefeitura de BH informa que, entre as 302 espécies de árvores floríferas já catalogadas no município, as mais comuns são:
- sibipiruna;
- murta;
- quaresmeira;
- ipê-rosa;
- resedá;
- pata de vaca;
- ipê-tabaco
- magnólia;
- escumilha africana e
- ipê-amarelo.
A atualização mais recente do inventário informa que 60% do trabalho foi concluído nas regiões Centro-Sul, Oeste, Noroeste e Leste da capital mineira, além de parte da Pampulha.
Espécies mais indicadas para plantio em áreas públicas
Embora a presença das árvores nas cidades seja fundamental para garantir a qualidade de vida, alguns cuidados precisam ser observados antes de plantar uma muda na sua calçada ou jardim.
O motivo é que o plantio de árvores nas cidades deve ser orientado por especialistas, pois algumas espécies não se adaptam bem ou são prejudiciais a outras árvores nativas.
Uma característica que deve ser considerada é o porte da árvore escolhida. Ela precisa estar de acordo com o relevo urbano, pois muitas raízes acabam danificando o passeio público.
Árvores de grande porte também podem ser prejudiciais à rede de energia elétrica. Portanto, antes de escolher qual espécie plantar, entre em contato com a prefeitura da cidade para receber orientação.
Após escolher a árvore certa para o espaço disponível, procure sua floricultura de confiança para adquirir mudas de qualidade.
Confira a seguir algumas características das espécies mais indicadas para o plantio em áreas urbanas:
1. Ipê-amarelo (Tabebuia serrafitolia)
Comumente conhecido como pau d’arco, o ipê é natural da Mata Atlântica brasileira. Apesar de crescer de forma lenta e gradual, esta espécie pode chegar até 20 metros de altura e é bastante ornamental.
2. Ipê-roxo (Tabebuia avellanedae)
Por serem da mesma família, o ipê-roxo tem as mesmas características do amarelo, porém, cresce mais. Um ipê-roxo costumam chegar aos 25 metros de altura.
3. Resedá (Lagerstroemia indica)
Em muitas regiões é conhecida como extremosa ou escumilha e é originária da Índia. Suas flores têm coloração intensa e costuma se desenvolver em locais de clima frio, como a região Sul.
4. Cássia (Cassia spectabilis)
De baixa estatura, a Cássia alcança no máximo oito metros. Porém, seu crescimento é rápido, motivo que leva muitas pessoas a optarem por ela na hora de plantar.
5. Quaresmeira (Tibouchina granulosa)
Floresce entre janeiro e abril, período da quaresma, por isso vem daí seu nome. É uma espécie mais abundante nos estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. É uma espécie muito apreciada devido à beleza de sua floração.
6. Manacá-da-Serra (Tibouchina mutabilis)
Natural da Mata Atlântica, atinge até 12 metros de altura. A espécie é muito comum no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
7. Pata-de-vaca (Bauhinia forficata)
Produz flores muito bonitas e costuma coloridas a cidade em tons branco, rosa e lilás. É uma árvore genuinamente brasileira e bastante comum na Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Também é encontrada na paisagem urbana de países como Paraguai, Bolívia, Uruguai e Peru.
8. Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides)
Outra espécie nativa da Mata Atlântica, a Sibipiruna atinge grande porte e chega facilmente aos 20 metros. Tem grande longevidade e pode chegar aos 100 anos. Não tem raízes agressivas ao mobiliário urbano e sua floração é intensa, com boa sombra. Porém, deve-se evitar a proximidade com a rede elétrica.
Essas são algumas espécies mais indicadas para o plantio na cidade. Porém, se sua intenção é plantar diretamente no pátio ou na calçada, escolha árvores de pequeno porte como Marinheiro (Trichilia cathartica), Ipê-Mirim (Stenolobium stans), Candelabro (Erytrina speciosa), Flanboyant Mirim (Caesalpinia pulcherrima), Cambuci (Campomanesia phaea) ou Pitangueira (Eugenia uniflora).